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sábado, 5 de novembro de 2016

Ricardo Lima - Um sonho, a música, uma vida.

Um sonho, a música, uma vida.
Ricardo Lima

Banda Notáveis


 Banda Impacto Cinco




            E lá se foram 30 anos de labuta nos bailes da cidade.
Espero que lá no futuro, as pessoas aprendam a gostar de música novamente. Tanto quem faz, quanto que houve. Vejo as qualidades das músicas que chegam para nós de Natal, completamente sem sentido: ou você trabalha com o arroxa do estilo Grafith, cheio apelação sexual ou vai pro arroxa romantizado, do estilo Pablo, o brega rasgado. Para a juventude mais descolada, o Rap de baixo calão é quem toma de conta. A música feita aqui em Natal é muito distante da realidade das bandas que tocam para o povão”.
A trajetória de Ricardo Lima é iniciada dentro da comunidade de Mãe Luiza. Ricardo começa a arranhar o seu violão junto ao grande João Pancho, Gilmar Fonseca, Francinaldo entre outros que circulavam aos arredores da igreja católica. Sendo os palcos da festa externa da padroeira, um dos primeiros espaços públicos para o seu início na lida musical.
Com 16 anos, o jovem Ricardo Lima ingressa num projeto social pela a marinha do Brasil e conhece novos horizontes e novas pessoas. Sendo possuidor de grande habilidade musical é reconhecido e apresentado a uma banda musical em Ceará Mirim. Dá-se início a sua primeira experiência com uma formação coletiva. A banda Impacto Musical recebe Ricardo em sua formação e abre as possibilidades de novos públicos e novas perspectivas. Garante para aquele menino que sonhava em ser cantor, a afirmação dos seus propósitos. Na sequência, a banda Força Livre veio justificar as suas escolhas, na qual o próprio João Pancho que era contrabaixista da banda o indicou para ser o vocalista. (Abro um parêntese para comentar sobre João Pancho que tanto é citado na cena musical de Mãe Luiza. João foi o músico mais polivalente, versátil e boêmio que tocou na cena mãeluizense nos idos da década de 80 e 90; seresteiro de coração e músico autodidata. Faleceu de cirrose hepática). Deixo João Pancho, prometendo um artigo de sua trajetória e volto para Ricardo Lima e sua aventura musical. Depois da experiência com a banda Força Livre e almejando novos desafios para a sua carreira, seguiu o rumo para ser vocalista da banda Xavantes. Banda que apresentava um porte maior que as outras e a sua fruição pública no estado era melhor. Da banda Xavantes vai para a banda Notáveis. E numa ocasião como vocalista da banda Notáveis, é convidado para dá uma palinha em um show, no interior do estado, quando ainda se podia fazer show em comícios, na apresentação da banda Impacto Cinco. Feliz da vida e lisonjeado pelo convite, canta sua música e encanta a plateia com os seus dotes musicais. Na semana seguinte recebe o convite para integrar a banda mais completa da época, na cidade.
Na banda Impacto Cinco, Ricardo Lima encontra um profissionalismo merecido aos músicos de bandas: a qualidade musical, direitos trabalhistas, agenda e várias oportunidades nas relações sociais. Permanece por 15 anos na banda, até a sua falência por motivos da politica social e cultural que transforma o modo como as coisas são.
Assim, Ricardo cria a sua CIA: “Ricardo Lima e CIA” e continua sendo vocalista da banda Flor de Lis e sua filial Stigma Musical a qual desenvolve o projeto Geração 80 em parceria com a banda Vitrynne.

Nos seus experimentos de 30 anos pelejando na cena musical do estado, Ricardo lamenta o rumo que a música e o público vêm sofrendo na cena contemporânea: “Até nas brigas, havia dignidade; nos shows em décadas anteriores, se o cara quisesse brigar, se fazia uma rodinha, colocava os dois no meio e os deixavam brigar nos socos e pontapés. Hoje, o cara atira primeiro, depois outros vêm e atiram também e acaba com a festa”. Para Ricardo, há hoje um número muito grande desse público covarde. Ricardo Ainda faz um apelo à juventude para que volte a ouvir músicas que tenham algum sentido, que não seja apenas apelos sexuais, preconceitos com outros grupos e casos de traições; mas, uma música que possa despertar a juventude para o bem comum. Como diz Drummond: “Uma canção que faça acordar os homens e adormecer as crianças”.