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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Fábio Borges Vieira - Um Agente da Gente

FÁBIO BORGES VIEIRA - UM AGENTE DA GENTE - Autor: Wilson Palá
Esse poema pertence
Ao “Conversas qu’Eu Verso”
Projeto que faz contar
Sobre um povo diverso
Que conta suas verdades,
Desvenda seu universo.


E nos camarins do TAM
De cores fortes e pulsantes
Foi um cenário comum
De muitos vários instantes
Em que Geraldo pensava
As coisas mais relevantes.

Funcionário da casa
Concursado e garantido
Aquele pomposo teatro
Foi um lugar preferido
Pois, grandes marcas deixou
Que, na vida fez sentido.

Lá em Maxaranguape
Na lida de pescador
Sonhava com a cidade
Tornar-se um trabalhador,
Empregar-se no teatro
Talvez, até ser ator.

Mas, o destino o levou
Pra outra realidade
Guiado pelos irmãos
Que viviam na cidade
Foi trabalhar no teatro
Em outra atividade

Manipulador de cortina,
Zelador e bilheteiro,
Cuidador de camarins,
Segurança e porteiro
Eram funções que Geraldo
Exercia o tempo inteiro.

E lá no bairro das rocas
Nilza Borges residia
E na sua juventude
Já mostrava ousadia
Dançava o pastoril
Nas festas que lá, havia.

O destino que não falha
Indica a direção
Para o encontro do par
Numa mesma direção
E gerar frutos da vida
De uma nova geração.

Assim, dona Nilza Borges
E Geraldo Otácio Vieira
Confirmam o matrimônio
Para uma vida inteira
Conciliando os filhos
E a devida carreira.

Enquanto Geraldo era
Funcionário efetivo
Nilza, de camareira
Tinha o seu objetivo
Conhecia os artistas
E uns bicos lucrativos.

E nesta atmosfera
Surge a reencarnação
Sob a regência do rato
Do signo escorpião:
O Fábio Borges Vieira
Segundo filho varão.

Edson Borges Vieira
Antes de Fábio chegou
“Edson” devido a Pelé
Que em setenta jogou
E o Brasil mais um título
Naquela copa ganhou.

Era treze de novembro
Que Fábio Borges nasceu
No ano setenta e dois
Que este fato ocorreu
Em pleno século vinte
Que tudo aconteceu.

E lá no bairro das rocas
Ele fez aterrissagem
Trazendo a sabedoria
De uma longa viagem
Para neste novo mundo
Servir de aprendizagem.

Nas rocas, por cinco anos
Ele foi desbravador
E depois subiu o morro
Para ser um morador
No qual o tempo vivido
Nos contará sem temor.

Assim que subiu o morro
Com a sua vó foi morar
Lá na rua Ari barroso
Foi o seu primeiro lar
Enquanto seus pais buscavam
Encontrar outro lugar.

Inicia seus estudos
Na escola adventista
Mas, esse aprendizado
Vai ficar fora da lista
Porque na formalidade
Não servia, essa conquista.

Com atraso de dois anos
Começa a estudar
No Severino Bezerra
Só assim participar
Da educação formal
E não mais se atrasar.

Ainda com nove anos
Algo novo acontecia
Chega Kaline Borges
Uma pequena guria
Depois de dois filhos homens
Uma menina nascia.

Na mesma época, Geraldo
Parte pra outro momento
Em relação ao trabalho
E seu desenvolvimento
Vai trabalhar na cosern
Em busca de crescimento.

Do Severino Bezerra
Para o Dinarte Mariz
Foi o destino de Fábio
No seu caminho aprendiz
Embora tenha entrado
Por um desfecho infeliz.

Não tinha vaga à tarde
Naquela instituição
À noite não dava certo
Não tinha outra opção
Como Fábio conseguiu
Encontrar a solução?

Uma aluna que era
À tarde, matriculada
Brincando com sua irmã
Com um tiro foi alvejada
Ela perdeu a vida
E a vaga foi liberada.

Nesta época, Fábio Borges
Já tinha outra vivência
Findava a sua infância
Entrava na adolescência
E alguns pontos importantes
Agora darei ciência.

Um fogão, dois botijões
Mais um pouco de dinheiro
Foi o que seu pai usou
Para um sonho verdadeiro
Na compra da casa própria
Em um negócio certeiro.

Na rua de sua casa
Lembra das brincadeiras
No morro e lá na mata
Na descida da ladeira.
Do borracheiro Carneiro
Que animava a rua inteira.

E no Dinarte Mariz
À noite vai estudar
Encontra com o teatro
Que muito lhe faz mudar
O sonho de ser ator
Agora vai realizar.

O teatro e a leitura
Foi uma grande opção
De atuar com a cultura
Naquela população.
O grupo Filhos da Mãe
Lhe dava satisfação.

Dez melhores alunos
Foram selecionados
Para estudar no SENAI
Sendo privilegiados
E Fábio Borges estava
Como um dos cotados.

Com a força do teatro
No SENAI, desembarcaram
Aqueles jovens estudantes
Que muitas artes levaram
Mexendo nas engrenagens
No período que passaram.

Mecânica de automóveis
Foi o curso escolhido
Que Fábio Borges pensou
Pra um futuro garantido
Mas a força do destino
Mostrou-lhe outro sentido.

Do Senai foi pra COSERN
Para assim estagiar
A mecânica de automóveis
Não conseguiu um lugar
No rumo de sua vida
Para o dinheiro ganhar.

Estudou no Atheneu
E no Anízio Teixeira
O teatro foi presente
Em toda e qualquer trincheira
Que Fábio se dedicava
Fosse sério ou brincadeira.

Sempre tinha um personagem
Nas quadrilhas de são João
E preferia ser o padre
Pela interpretação
Que Fábio participava
Com muita dedicação.

Mas apesar de ser padre
Vivia apaixonado
Sempre havia uma garota
Que ele era enamorado
Por enquanto, nada sério
Mas, pensa em ser casado.

Seu pai comprou uma placa
E Fábio tentou carreira
Na função de taxista
Mas não foi a derradeira.
Com frios, no Nordestão
Tentou, mas não foi certeira.

Como agente de saúde
Embarca numa jornada
Em que sua identidade
Foi identificada
Conseguindo reunir
O prazer e a trabalhada.

Fábio conhece o bairro
As suas necessidades
Nas escadas e ladeiras
Convive com as verdades
Das vidas dos moradores
E suas desigualdades.

Vendeu balas em tabuleiro
No Alberto Maranhão
Foi ator e taxista
Trabalhou no Nordestão
Como agente de saúde
Encontrou a profissão.

Com a sua fé em cristo
E todas as crenças do bem
Se prepara para os OVNIs
Que ele sabe que vêm
Enquanto nada acontece
Uma cerveja, cai bem.


Esse poema pertence
Ao “Conversas qu’Eu Verso”
Projeto que faz contar
Sobre um povo diverso
Que conta suas verdades,
Desvenda seu universo.