Todo mundo sabia que
aquela professora tinha um jeito bem esquisito de olhar, falar, e andar. Os
seus olhos, às vezes, pareciam que estavam pegando fogo. Seus cabelos já tinham
o formato de vassoura de piaçá. Sempre que ela entrava na sala de aula, era
como se algo muito estranho fosse acontecer. Sempre andava com uma mochila,
acredito, vivia cheio de coisas, tipo: dentes de cobra, patas de morcego, pó
mágico, até mesmo uma bola de cristal. A turma toda percebia que era muito
estranho tudo aquilo. Só que ninguém nunca dizia nada. Veja: havia momento em
que ela ficava olhando pela janela da sala conversando com alguma coisa lá
dentro do mato. Só que a mata ficava a uns cem metros da minha escola.
Um dia, essa dita
professora chega à sala de aula, toda contente, trazendo dois amigos e um
passarinho. Eu sentado num banco, lá atrás, fiquei só prestando atenção. Claro,
bem desconfiado: eu nunca tinha visto um passarinho olhar dentro dos meus olhos
como se conhecesse tudo a meu respeito. Se segura por aí, que eu vou contar
como tudo aconteceu... Era um dia de Sexta-feira, uma hora e trinta e cinco
minutos da tarde. Eu e meus colegas tínhamos acabado de entrar. A professora
entrou muito animada com a sua famosa mochila a tira colo. Os seus cabelos de
vassoura até que estavam penteados. Foi logo dizendo:
-Boa tarde, turma?
Hoje é um dia muito especial. Vamos conhecer três amiguinhos muito legais.
Quando ela disse
isso, notei que o vento entrou com muita força, fazendo um barulho assustador
pela janela da sala. Arrepiou até os cabelos do meu dedão. Ela continuou:
-Podem entrar! A turma está ansiosa para conhecer vocês.
Notei que Risadinha,
meu colega da frente, arrepiou-se todo.
- Professora eu posso
ir ao banheiro?
Perguntou risadinha
disfarçando o medo.
- Pode sim! Mas,
antes quero que vocês conheçam meus amigos: Abigail, Abel e... Onde está
Gogó?
Gogó já estava
pousado na janela olhando no olho de todo mundo.
- Está aqui, tia.
Olha como ele é bonito.
Disse Cacá toda
contente.
- Bem, como estava
dizendo: hoje é um dia especial, os nossos amigos Abi e Abigail terão que fazer
uma viagem e pediram para que a nossa turma tomasse de conta de Gogó enquanto
eles voltam. Isso não é maravilhoso?
- Eu e Abel
precisamos fazer uma viagem e não podemos levar Gogó conosco.
- Isso mesmo. Para
que tudo fique bem, Abigail vai deixar com a professora de vocês, um anel que
tem dois diamantes e uma pérola de cristal. Se por acaso acontecer algum
incidente com Gogó, vocês poderão se comunicar com ele.
- Isso não é
maravilhoso? Agora nossos amigos precisam sair. E cuidar de Gogó, agora é nosso
dever.
A professora estava
segurando um livro de capa preta e vermelha. Parecia muito preocupada com
alguma coisa. Quando ela abriu a porta para os seus amigos, eu corri e
fiquei espiando. Vi quando ela abriu o livro e os dois entraram. Dei um goto
seco! A professora fechou o livro, e eu corri para o meu lugar. Na sala, o
danado do passarinho voou para um mamoeiro perto da escola. Tia entrou, e tudo
aparentava muito normal. Juro que fiquei matutando muito sobre esse livro
esquisito.
O homem da mata
De repente tia começou a fazer um ditado. Notei que, enquanto ela ditava uma palavra,
falava outras que não dava pra se ouvir. Isso mesmo: ela conversava, pela
janela da sala, com alguém lá dentro da mata. Rapidamente me veio à cabeça em
desviar o olhar para o mamoeiro. Meu corpo gelou. Comecei a tremer como se
estivesse derretendo. Ao invés do pássaro, havia uma boca com dentes enormes,
pingando alguma coisa gosmenta. Juro que quase saí correndo. Quando olhei para
a turma, todos estavam com os cabelos em pé. Debaixo das cadeiras, dava pra ver
as poças de xixi. A professora estava com os olhos fechados e seus lábios
movimentavam-se com muita pressa. O anel que Abigail lhe deu começou a brilhar
e a sair uma fumaça que parecia uma imagem refletida na água. Era Gogó,
amarrado com uma corrente de prata, dentro de uma gaiola de ouro; um homem com
uma capa e uma cartola colorida dando-lhe choques. De repente uma voz: “Eu sou
o bruxo PIF-PAF. Eu quero que vocês me entreguem o coração da professora de
vocês! Se isso não acontecer até às cinco horas da tarde, matarei esse
passarinho inútil e depois transformarei todos vocês em baratas cascudas. Há,
há, há...”.
O livro do infinito
A sala toda ficou
escura. Aos poucos, a fumaça foi saindo da sala e tudo voltava ao normal. A
professora ainda estava em transe.
- E agora, tia?!
Falou Cacá quase
chorando. Cacá era a única menina da nossa turma. Seu verdadeiro nome era Ana
Claudia. Ela tinha oito anos e era muito carinhosa. Sempre estava vestida com
roupas elegantes, eu, particularmente, tinha uma quedinha por ela. Ela sempre
olhava pra mim e sorria, eu corava as bochechas, mas arriscava uma piscadinha
de olho.
- Não! Não vamos
entregar o coração de tia pra ninguém!
Disse, K. Positivo.
Chamávamos assim, por que ele sempre tinha ideias legais. No dia anterior
completara dez anos. Achávamos o mais inteligente e esperto da turma. Sempre
estava disposto a ajudar alguém com a tarefa da escola. Ele, vez por outra,
salvava-me das garras de Grude quando chegava com fome. E nessas fomes, chutava
as cadeiras, puxava os cabelos de Aninha; até bateu na professora uma vez. Seus
pais estavam desempregados e, muitas vezes, Grude vinha para escola sem fazer
qualquer refeição. Como em nossa escola não tinha merenda, a gente que pagava o
pato. K. Positivo chegou a dizer uma vez que era melhor eu andar com um sanduíche
dentro da bolsa.
- Tia, você precisa
falar alguma coisa. Estou com muito medo!
Disse Risadinha todo
mijado. Ele era o mais novo da sala e também o mais brincalhão. Tinha sete
anos. Seu pai era proprietário de um pequeno comércio e todos os dias ele
trazia confeitos pra todos da turma. Você só não podia dizer nada engraçado na
frente dele, senão era muito difícil parar de rir. Uma vez, o dono da escola
foi na sala de aula fazer uma investigação de um instrumento que tinha sumido
do armário da secretaria e perguntou: “Alguém pegou a rabeca?” e Paulinho
Risadinha riu por quase uma hora. Só depois de muito tempo foi que entendemos
que ele entendeu: “Quem pregou a meleca.”.
- Eu tenho uma ideia!
Disse, Zé Ventura...
– Eu conheço alguns
amigos que podem conseguir uns brinquedinhos pra gente ir atrás desse cara.
Esse sim, era
aventureiro. Com apenas nove anos de idade, já conhecia muita gente barra
pesada. Sempre trazia algumas histórias das coisas que acontecia na rua. Às
vezes, falava de outras crianças que reparavam carros e cheiravam cola, de
assaltos e também de coisas boas que, vez por outra, aconteciam nos
estacionamentos. Uma vez, ele falou de uma senhora que lhe deu roupas e
brinquedos.
Encrenquinha estava
muito calado, quando disse:
- Eu conheço esse
lugar onde eles estão! Pelo formato das árvores que apresentou na imagem, essa
região fica perto do morro do Estrondo. E eu já fui lá. Só precisamos ir lá e
quebrar a cara desse cara.
Pense num pedaço de
gente valente como um siri dentro de uma lata. Marcos tinha dez anos, mas seu
tamanho era de quem tinha apenas seis. Como tamanho não é documento, ninguém
tinha coragem de dizer qualquer coisa que lhe desagradasse. Uma vez, ele
chegou até em levar uma arma de fogo pra dentro da sala. Ele tinha uns amigos
que lhe esperava na saída da escola que até metia medo em gente grande. Ele era
muito inteligente e amigo de todo mundo.
- Eu nem quero me
meter nisso, acho que vou embora. Disse, Prego.
Esse era o famoso
Fernandinho. Isso mesmo. Não queria se meter em nenhum trabalho que envolvesse
um grupo. Sempre estava disposto a ficar cochilando na sala, além de contar os
dias em que chegava no horário. Dever de casa? Nem pensar. Sua preguiça era tão
grande que um dia ele saiu para ir ao banheiro, aproveitou e foi tirar uma
soneca bem debaixo da escada que leva para o primeiro andar. A escola toda se
mobilizou para encontrá-lo. Só foi encontrado no fim do expediente quando a
zeladora foi varrer debaixo da escada. Mas quando decidia participar de alguma
coisa, sempre ia até o fim.
- Não, não e não!
Vamos chamar a polícia e dizer que um bruxo quer matar a nossa professora!
Falou, Charla.
Chamamos de Charla porque ele é muito charlatão. Quem acredita em suas
histórias sempre perde alguma coisa. Pense numa pessoa de nove anos, mentirosa!
Ele é capaz de vender a sua própria alma para conseguir o que quer. João Maria
é o seu verdadeiro nome. Tem uma lábia de fazer inveja a qualquer político. Na
primeira vez que nos encontramos, só não fui pra casa de cueca porque Cacá me
emprestou uma toalha. Com as garotas, ele tem o maior respeito. Geralmente as
garotas das outras salas iam deixar bilhetinhos para ele. Era a maior briga.
Uma vez quase que eu chorava quando vi Cacá colocar um bilhete no seu bolso.
- Charla, você parece
que é “Abigobel!” Quem vai acreditar nessa história? Nós nem temos prova. O quê
que vamos dizer a polícia? Que no anel de tia apareceu uma imagem mostrando que
um homem todo colorido raptou um passarinho e que o valor do resgate é o
coração da nossa professora e, se não levarmos, ele vai nos transformar em
baratas cascudas? Quem vai acreditar nisso? Disse, Grude.
Velho Grude! Seu nome
verdadeiro é Francisco. O que mais me chama atenção nele é o fato de nunca
aceitar uma ideia. Ele sempre busca um argumento para dizer que a ideia não
funciona. A sua roupa é tão amassada que o pessoal das outras salas o apelida
de gênio. Dizem que ele saiu de dentro de uma garrafa. Quase todo o dia tinha
uma briga.
- Calma, meninos!
(Saindo completamente do transe) Não podem dizer isso pra ninguém! Eu preciso
contar uma coisa pra vocês: desde que eu fui criada que esse homem colorido, o
bruxo Pif-Paf vem querendo me pegar e ficar com o meu coração. Eu sou uma bruxa
de luz protegida pelo pássaro Gogó e ele é um bruxo de trevas. Somos frutos da
imaginação de uma autor. Eu vivo para proteger as crianças; ele, para destruir.
O livro da sabedoria das bruxas diz que se um bruxo de trevas receber das mãos
de uma criança o coração de uma bruxa de luz ele adquire os poderes para criar
a sua própria história. E serei para sempre a sua escrava.
- O que vamos fazer?
Se essa história do pássaro é mentira, quem são Abi e Abel? E nós, o que
estamos fazendo nessa história?
Cacá perguntou dando
um goto seco.
- Eles são os autores
dessa história. Que não é de mentira! Eles criaram o pássaro Gogó para me
proteger do Bruxo Pif Paf. Como o bruxo descobriu o segredo para modificar a
história, eles vieram me avisar para tomar cuidado. O pássaro Gogó é onde está
toda imaginação dos autores. Se o bruxo destruir o pássaro, ninguém terá mais
imaginação. Vocês têm que levar o meu coração para o bruxo.
-Nunca!
Todos Gritaram. K.
positivo perguntou se não havia uma forma de destruir o bruxo.
- A única forma de
mandar o bruxo Pif Paf de volta para escuridão e faze-lo esquecer do segredo de
mudar o rumo da história é encontrando a estrela de cinco pontas!
- Estrela de cinco
pontas?!
Todos perguntaram
ansiosos.
- Sim! É a única
esperança para lutar contra o bruxo das trevas. Só que cada ponta da estrela
está guardada em lugares diferentes da costa leste e protegidas pelo fogo do
batatão, pelo lobisomem, pela a caipora, pela mula-sem-cabeça e a parte mais
importante: está protegida pela mentira.
Foi aí que pensei:
essa devia ser mole! Mentir é comigo mesmo.
Eu? Meu nome é
Gustavo. Deram-me uma fama de mentiroso e sonhador porque gosto de inventar
histórias. Sempre que me aparece algo interessante eu crio uma história e minha
imaginação faz o resto. Tenho dez anos, sou bonito, charmoso, quer dizer: isso
é o que eu acho. Mas nem todo mundo pensa igual a mim. Por isso me chamam de
Trancoso. Só que agora eu estou confuso: não sei se estou narrando essa
história ou se sou apenas um figurante narrador em outras histórias. Confuso,
né?
- Professora, se por
acaso a gente encontrar a estrela, o que vai acontecer? Perguntou K. Positivo.
- A primeira ponta
tem o poder de deixar até duas pessoas invisíveis; a Segunda pode abrir duas
portas espaciais para qualquer lugar; a terceira pode transformar duas pessoas
em qualquer animal; a Quarta pode fazer com que uma pessoa volte a viver; e a
Quinta ponta guarda o segredo para escapar do bruxo, porém, ninguém conhece,
ainda, o que ela pode fazer.
- Vamos começar por
onde? Perguntou Charla.
- Segundo o livro do
infinito, as pontas da estrela podem estar na praia, dentro de uma pedra
conhecida como pedra da baleia; no morro careca perto das árvores dos cipós; no
farol, em cima do para-raios; no casarão da praia, no tronco de um dos
coqueiros; e a outra, encantada num corpo de um cachorro, que vive andando
pelas ruas do bairro. Pode ser qualquer cachorro.
- Então o que estamos
esperando?
- Vamos logo!
- Calma, tenho que
convencer a coordenadora que temos que fazer atividade extra classe. Vocês
esperem aqui, eu volto logo!
Assim que a
professora saiu, eu saí atrás e vi quando ela abriu o livro e entrou igual Abi
e Abel. Cheguei mais perto e olhei a página. Era o número vinte e dois. Curioso
do jeito que eu sou comecei a ler o que estava escrito: “a coordenadora disse
que estava tudo bem, mas a turma teria que voltar antes das cinco horas...” só
li essa parte e voltei correndo pra sala. Quando abri a porta da sala K.
Positivo foi logo dizendo:
- Ninguém pode deixar
que o bruxo pegue o coração de tia!
- Eu irei defendê-la
nem que seja com a minha própria vida!
Disse Grude colocando
a mão no peito.
Cacá interviu
desorientada: -Vocês perceberam que a professora não disse o que estamos
fazendo nessa história?
Não quis nem dizer
que essa é a nossa história. De repente uma nuvem muito escura começou a se
formar bem em cima da escola. Parecia que iria cair uma chuva muito forte. Foi
quando uns pingos de lama gosmenta pingavam no chão se desmanchando em
gargalhadas: há, há, há...
- Aiiiii... Foi uma
gritaria só quando tia abriu a porta.
- Pronto! Tudo
resolvido. Agora só temos que tomar alguns cuidados para que nada de errado
venha acontecer. Primeira regra: todos têm que ficar unidos. K. positivo,
Encrenquinha, e Trancoso permaneçam sempre juntos. Grude, Zé ventura e Charla
não se afastem. Risadinha, Cacá e prego façam tudo para não se afastarem.
- Professora, qual
ponta vamos procurar?
Perguntou prego já
com preguiça de ir.
Vamos descer à praia
enquanto está cedo. Prestem atenção no fogo do batatão.
O fogo do batatão
Segundo uma lenda
local, o fogo do batatão é uma das variantes do boi tatá. Numa versão, conta
que essa assombração é uma alma de uma moça que foi condenada a encontrar o
feto do seu filho que ela havia abortado e jogado no mar. O seu nome era
Batinha, saiu para o mar com uma canoa e uma lamparina que acabou queimando
tudo. E ela só aparece nessa bola de fogo.
Enfim saímos da
escola. Todos estavam desconfiados e morrendo de medo de tudo. Cada cachorro
que passava no meio da rua, Encrenquinha corria atrás pra ver se era a quinta
ponta da estrela.
- Não precisa fazer
isso, Encrenquinha, a quinta ponta só aparece quando encontrarmos todas as
outras.
- Tia, porque você
não tenta falar com Gogó através do anel?
Quando Cacá disse
isso, já tínhamos chegado à praia.
- Impossível Cacá. A
gaiola de ouro impede qualquer comunicação. Vamos dividir o grupo e vamos atrás
de pistas que nos leve até a pedra onde está a estrela.
- Tudo bem. Disse K.
Positivo. – Eu, Encrenquinha e Trancoso vamos procurar na praia da pelada.
- Eu, Cacá, prego e
tia, é claro, vamos ficar nessa área por trás do hotel.
Falou Risadinha com a
sua mania de não sair de perto da professora.
Grude, Zé Ventura e
Charla foram à praia de Miame.
O bruxo Pif-Paf que
observava tudo do seu esconderijo, colocou, atrás do grupo de K. Positivo, uma
Maria farinha gigante.
Quando vimos uma
simples Maria farinha quase do tamanho da professora, corremos desembestados
para dentro do tubo do esgoto que ficava perto do hotel. O tubo estava cheio de
baratas, ratos, lagartixas e abelhas. O bruxo achando pouco mandou umas dez
cobras venenosas para nos atacar. Foi quando corremos para saída. Encontramos a
Maria farinha bem na boca do tubo.
E agora o que vamos
fazer? Eu gritava pra ver se alguém tinha alguma boa ideia.
- Vamos rezar.
Disse Encrenquinha
desesperado.
- Se a gente correr
para dentro, as cobras nos atacam, se for para fora, a Maria farinha vai nos
fazer de isca.
Disse K. positivo.
Enquanto isso o grupo
de Risadinha avistou uma pedra num formato de uma estrela. O sol quando batia
na pedra, refletia uma luz como se fosse uma escama de peixe. Toda vexada, Cacá
correu ao encontro da pedra. Quando tentou segura-la, imediatamente,
desmanchou-se em baratas cascudas que, dando gargalhadas, corriam atrás do
grupo.
- Vamos pedir ajuda
aos meninos na praia de Miame.
Disse tia se
sacudindo para tirar as baratas que invadiam os seus cabelos.
Deixa-me falar um
pouquinho de tia. Apesar de ela ter um cabelo parecido com uma vassoura e ter,
eu acho, uns dez quilos a mais do seu peso normal, ela é uma mulher muito
bonita, carinhosa, atenciosa e, claro, como todas as professoras, tem o seu
momento de chatice. Mas uma coisa eu digo: ela é uma professora que todo mundo
queria ter.
Na praia de Miame,
bem no meio da última pedra que fica dentro d’água os meninos estavam
procurando alguma pista da ponta da estrela.
-Zé Ventura,
olha o que vem ali nas bandas do forte!
Quando Zé Ventura e
grude olharam quase que caíam de cima da pedra.
- Peguem quantas
pedras puderem e vamos correr e pedir ajuda a tia. Qualquer coisa meta a
pedrada.
E, pé na bunda. Todos
corriam desenfreadamente para o encontro com a professora e seu grupo. Dentro
das manilhas do esgoto, os meninos não sabiam o que fazer. Foi quando a Maria
farinha disse: o que é o que é: só são duas palavrinhas; a primeira nasce
branco, vive amarelo e morre cinza. A segunda tem na perna, dá na terra e está no
aumentativo?
-Pronto! Além
de pensar numa forma de sair daqui, ainda ter que resolver uma charada?
Disse Encrenquinha
tirando uma lagartixa que subia em sua roupa. Enquanto isso, tia e os meninos
tentando se livrar das baratas, nem prestaram atenção nos outros que vinham
olhando pra trás, com medo da bola de fogo. Só deu pra ouvir aquele barulho.
Baque!
-Tia! A senhora está
cheia de baratas!
Falou grude
levantando-a e dizendo pra todos correrem rápido. K. Positivo estava tão
concentrado com a charada da Maria farinha que nem percebia que tia e os
meninos vinha correndo aperreados e quase sendo queimados com o fogo do
batatão.
-É o fogo do batatão!
Respondeu K. Positivo
sem perceber que o fogo estava queimando todo mundo. Assim que ele respondeu a
charada, todo feitiço desapareceu: a Maria farinha, o fogo do batatão, as
baratas e os outros bichos.
A invisibilidade
De repente, as pedras
que estavam nas mãos dos meninos foram se juntando e formando uma só. A pedra
que se formou era do formato de um ovo. Tia pediu que fizéssemos um círculo ao
redor da pedra. Mas antes perguntou:
- Onde vocês
encontraram essas pedras?
- Pegamos em cima da
pedra que fica lá dentro do mar, ela parece com uma baleia. Assim que pegamos
as pedras, uma bola de fogo apareceu lá nas bandas do forte.
Disse Charla. Tia
pegou um fio de cabelo de cada um, pediu que fechássemos os olhos. Como sou esperto,
fiquei com a beira do olho aberta que ela nem percebeu. Meu corpo começou logo
a tremer quando vi tia tirar a sua própria face com as suas mãos, deixando um
nariz enorme aparecer. Seus olhos ficaram tão azuis que parecia o céu sem
nenhuma nuvem; os cabelos que demos pra ela foram envolvendo o ovo de pedra,
fazendo aparecer a ponta da estrela.
- Pronto podem abrir
os olhos.
Quando abrimos, quer
dizer quando eles abriram, tia estava segurando a ponta da estrela.
- Agora vamos! Não
podemos perder mais tempo. Temos que partir para o morro careca.
Quando íamos saindo,
o bruxo Pif-Paf passou voando na forma de uma barata e disse:
-Vocês conseguiram!
Mas lembre-se que isso é apenas o começo! Há, há, há...
Quando chegamos à via
costeira, bem na entrada que dava para o parque das dunas, havia uma viatura da
polícia ambiental que proibiu a nossa entrada no parque.
- Tudo bem!
Disse tia se
afastando. K. positivo falando bem baixinho para os policiais não ouvir, disse:
- Vamos usar os
poderes da estrela.
Só que o poder da
estrela apenas deixava duas pessoas invisíveis e éramos nove. O tempo
entardecia. Os policiais não arredavam o pé da entrada do parque. O jeito foi
chamar tia e pedir para que ela nos unisse como se fôssemos uma só pessoa para
poder usar o poder da invisibilidade da estrela. Dito e feito. Demos as mãos,
seguramos na ponta da estrela e dissemos: “Protegida pelo fogo, a terra, a água
e o mar, deixe-nos invisíveis para um coração salvar.”
Passamos na frente da
viatura e Encrenquinha ainda estirou a língua para os policiais. Ninguém viu
nada!
O neguinho da
goiabeira
Lá dentro do parque
foi fácil seguir pela trilha. Até aparecer o Neguinho da goiabeira pedindo que
chovesse para poder brincar na goiabeira. Essa história do Neguinho da
goiabeira, não passa simplesmente de uma lenda. Tia pensa que eu não sei que
ela inventou essa história só pra gente não brincar na goiabeira. Olha só que
coisa: Era um menino que só vivia brincando na goiabeira de dia e de noite. Não
queria fazer mais nada a não ser brincar na goiabeira. Não ia pra escola, não
brincava com mais ninguém e vivia desobedecendo a sua mãe. Isso acontecia antes
de construírem o prédio onde hoje é a escola. Até que em certo dia, de muita
chuva, o menino já tinha faltado aula e desobedecido a sua mãe e foi brincar na
goiabeira que estava toda molhada. Quando estava lá no alto, no último galho,
escorregou e bateu a cabeça no chão. E lá mesmo morreu. Então todas as vezes
que está chovendo, quem for brincar na goiabeira, o Neguinho fica tentando derrubar
até a pessoa cair e morrer. Por isso que ele queria que chovesse para ninguém
se aproximar da goiabeira. Só que agora era de verdade. Ele, o próprio neguinho
da goiabeira estava ali, bem na minha frente. Começamos a perguntar a tia se
ela tinha algum feitiço que fizesse chover para ajudar o Neguinho da goiabeira.
- Calma, meninos! Eu
tenho um plano: a gente vai se deitar no chão e vai ficar dizendo “Urubu estou
morto”! Como ainda temos o poder de uma pessoa ficar invisível, K. Positivo
será o escolhido. Assim que o urubu descer, ele segura em suas pernas e sobe
até as nuvens levando esse pó mágico para jogá-lo em cima da nuvem e depois dar
três cutucadas com o dedo mindinho. Esse é o segredo para fazer a chuva. Agora
preste atenção que tem que ser dada as três cutucadas na barriga da nuvem.
Assim fizemos. Já
deitados, começamos a gritar: “urubu, estou morto” e o urubu legista veio fazer
a inspeção para confirmar, quando K. Positivo dizia segurando a ponta da
estrela:
- Vou subir no
arco-íris, onde o vento faz a curva, me tornando invisível para ir buscar a
chuva.
A estrela novamente
começou a brilhar feito um arco-íris deixando K. Positivo invisível. Ele pegou
o pó mágico com tia. O urubu legista já estava cheirando o pé de Risadinha,
quando só se ouviu o grito rouco do urubu e sua disparada para cima. K. Positivo
já estava pendurado nas penas do rabo do urubu que deu um voo perto de uma
nuvem, dando tempo dele jogar o pó mágico e dar duas cutucadas. Quando ia dar a
terceira, o urubu desceu em busca de uma carniça. A nuvem começou a relampejar
começando uma chuva ácida que destruía tudo onde ela caía. Zé Ventura,
rapidamente, tira do seu bisaco uma baladeira e pede para que a professora
transforme uma pedra em um dedo mindinho. Tia apenas pegou na pedra para que
ela se transformasse num dedo. Zé Ventura mirou e atirou bem na barriga
da nuvem. Dando assim a terceira cutucada. Enfim, tudo deu certo! Começou a
chover bem gostoso. K. Positivo ainda estava segurando as penas da calda do
urubu. Notei que uma das penas ficou com a ponta brilhosa, pedi para K.
Positivo e a guardei.
A Mula sem cabeça
O Neguinho da
goiabeira nos deixou passar e ainda nos ensinou o caminho para as árvores dos
cipós. Ao chegar ao morro careca, três caminhos deixavam dúvidas para onde ir;
qual caminho escolher? Risadinha foi logo correndo atrás de um camaleão que
corria pelo caminho do lado direito. Cacá estava lá em cima de um morro que
dava para o caminho da esquerda. Ela apreciava a beleza de uma orquídea que
chamava atenção pelo formato de sua flor.
- Risadinha, não vá
por ai!
Grita K. Positivo. -
Lembre-se do que o Neguinho da goiabeira disse: “sigam os seus corações.” Se
continuarmos no mesmo caminho, nada mudará. Se formos atrás de camaleões, será
difícil encontrar a verdadeira imagem. E quem segue a flor, segue o seu
coração.
- Olha ali, no farol!
Disse Grude apontando
para a mula-sem-cabeça que andava de um lado para o outro na varanda do farol.
- Vamos nos
concentrar nas árvores dos cipós. Depois cuidaremos da mula-sem-cabeça.
Disse tia já
caminhando para o caminho da flor. Na entrada do caminho da flor, havia uma
descida que só dava pra atravessar se fosse pendurado num cipó. Zé Ventura
afoito como sempre, pendurou-se, voou e saltou lá no outro lado. De um em um,
fomos descendo o morro. Na vez de tia, quando estava no meio do caminho, o cipó
quebrou e baque! Ela caiu com pedaço de cipó na mão. Como era sexta feira, seis
caiporas se aproximarem de tia pedindo a cachaça e fumo.
- Eu só tenho esse
cipó quebrado na mão. Mas que eu queria mesmo era sair daqui! Nem que fosse
para a boca de uma baleia!
De repente, o cipó
que estava na mão de tia começou a brilhar como um arco-íris e abriu uma porta
bem no meio do mato.
- Pulem todos dentro
da porta, rápido!
Parece até que
pulamos todos de uma só vez. Tudo rodava como se estivéssemos dentro de um
liquidificador.
-Tia, estamos indo
pra onde?
Perguntou Charla com
a cabeça tonta de tanto girar.
- Eu não sei, não. Só
sei que nos livramos das caiporas.
Tufo! Tia caiu e
todos caem em cima dela. Era um lugar macio com um cheiro muito forte de peixe
e um barulho de água no lado de fora. Quando percebemos, a bocarra abria-se
deixando entrar uma enxurrada d’água nos arrastando para a sua garganta.
- Eu tenho uma ideia
que eu vi no filme de Pinóquio!
Disse prego segurando
em um dos dentes da baleia para não ser engolido.
-Temos que fazer
cócegas na sua garganta para que ela jogue o ar para fora e nós possamos sair
juntos.
Assim fizemos: Cacá
segurou no pé de Prego, Grude no pé de Cacá, Charla no pé de Grude e assim por
diante. Quando tia segurou no pé de K. Positivo, ela escorregou e foi sendo
levada para o estômago da baleia. Zé Ventura já estava enrolando o pião que
tinha trazido no bisaco. Deu um lance certeiro bem na garganta da baleia,
fazendo-a esguichar todo o ar, e nós juntos. Tia, esperta, pegou logo a ponta
da estrela e pediu que abrisse a outra porta lá para o portão do farol. Aquela
mesma sensação de estar dentro de um liquidificador apareceu. Tufo! Caímos todos
em cima de todos. Dessa vez, tia que vinha caindo em cima de nós. Só deu tempo
de nos afastar e... Tufo! Todo mundo começou a rir. Tia toda escangalhada no
chão.
A transformação
Olhando pra cima, só
víamos o pescoço, sem cabeça, da mula.
- Eu tenho uma ideia
para enganar essa descabeçada
Disse Charla.
- Vamos abrir uma
porta até lá em cima. Enquanto um sobe, os outros ficam distraindo a mula.
- Não vai dar certo.
Não podemos fazer mais nenhum pedido.
Disse tia com uma
cara de quem estava tramando alguma coisa. O tempo passava muito rápido.
Tínhamos que encontrar uma solução bem depressa. Foi quando tia disse:
- Meninos... Eu não
queria que vocês vissem isso, mas agora é preciso.
Tia tirou uma parte
dos seus cabelos, apontou para o sol e disse: “Berum, berum”. Imediatamente
transformaram-se em uma vassoura voadora. Ela montou na vassoura e, quando foi
saindo, Cacá pulou e agarrou-se nela, dizendo que também iria. Até ai tudo bem.
Subiram até o para-raios, sem que a mula nada percebesse e pegaram a terceira
ponta da estrela. Na descida, Cacá deu um grito de “viva”, chamando assim a
atenção da mula que pulou bem em cima da vassoura fazendo com que Tia e Cacá se
desequilibrassem e caíssem de mau jeito, deixando de viver. A mula saiu voando,
sem destino, pendurada na vassoura de tia. Quando vimos tia e Cacá sem
respirar, ficamos sem saber o que fazer. De um por um, todos começamos a
chorar. Até que K. positivo disse:
- Ela está segurando
a terceira ponta da estrela. Segundo o livro do infinito, nós podemos
transformar duas pessoas em qualquer animal. Eu e Encrenquinha vamos lá no
casarão da praia pedir ao lobisomem para dizer onde está a ponta da estrela que
faz voltar a viver.
- Como vamos chegar
até lá e convencer ao lobisomem que temos que pegar a ponta da estrela e salvar
tia e Cacá?
- Você se transforma
em águia e eu em lobo. E vocês não saiam daqui!
Assim fizeram.
Encrenquinha transformou-se em águia e K. Positivo em lobo. A águia segurou o
lobo e voaram para o casarão da praia. Eles apenas não sabiam que a ponta da
estrela só tinha poder de salvar uma só pessoa. E como ia salvar Tia e Cacá?
A volta da vida
Chegaram lá no
casarão. Encrenquinha transformou-se em homem e os dois, o lobo e o homem,
foram conversar com o lobisomem. Procuraram na piscina desativada, nas casinhas
dos empregados e nada. Quando iam entrando na sala principal do casarão, só deu
pra ver aquele pulo na frente dos dois. Imediatamente, começaram a falar.
Encrenquinha na linguagem de homem; e K. Positivo, na linguagem do lobo. Diziam
ao mesmo tempo: “lobisomem, você tem que nos ajudar” A professora morreu e tem
que ser ressuscitada. O lobisomem, quando estava com o instinto de lobo, ouvia
K. Positivo. Quando com o instinto de homem, ouvia Encrenquinha. Assim decidiu
ajuda-los. Levou os dois para o sétimo coqueiro e desenterrou a quarta ponta da
estrela. Deu para Encrenquinha que se transformou em águia novamente e voou
trazendo K. Positivo para onde estávamos. K. Positivo apenas colocou a ponta da
estrela na mão de tia e ela levantou-se de supetão, dizendo:
- Temos que nos
apressar! Precisamos encontrar a outra parte da estrela. Abigail e Abel estão
voltando para nos ajudar. E se não estivermos com o pássaro Gogó, eles não
poderão mais intervir na história do bruxo Pif paf.
O farol por uns
instantes transformou-se no bruxo Pif-Paf que disse: vocês só conseguiram
ressuscitar uma pessoa. Vocês perderam! Há, há, há...
Eu já estava com um
plano, antes mesmo que tia tivesse voltado a viver. Lembrei que na pena que
peguei do urubu, a luz que lá brilhava, me avisava que no momento exato eu
saberia para que serviria. Pedi a professora para que me desse o livro da capa
vermelha e preta. Fui direto à página que estava escrito que tia e Cacá tinham
morrido e com a pena do urubu acrescentei que Cacá apenas havia desmaiado.
Quando terminei de escrever, Cacá estava reclamando de uma forte dor de cabeça.
O pedido
Só sei que saímos
correndo de volta para a escola. Perto da favela, uma matilha de cães correu
atrás da gente. Tia morria de medo de cachorros, correu na frente e pisou na
fresta de uma pedra do calçamento, caiu e bateu com a cabeça. Os cachorros
ficaram rosnando e cercando a gente. Tia começou a falar numa voz de bruxa:
- Meninos, vocês
caíram direitinho na minha armadilha. Eu sou a filha do bruxo Pif-Paf. Vocês
agora vão virar comidas dos cachorros de meu pai. Há, há, há...
A risada de tia saiu
igualzinho a do bruxo. Foi um chororô geral. Apenas Cacá não se deixou
envolver. Disse bem alto:
- Isso é mentira! Eu
duvido que essa tia faça alguma coisa para nos machucar! Essa é a mentira que
protege a quinta ponta da estrela. Se acreditarmos, tia será bruxa das trevas
para sempre e nós comida de cachorros.
Ao dizer isso as
outras quatro pontas da estrela saíram destruindo os cães que tinham sido
transformados em pedras. Ao acertar um cachorro vira-lata, A quinta parte da
estrela formou-se, junto com as outras, em uma estrela da cor do arco-íris e
falou: Vocês têm o direito de ir para onde vocês quiserem e quando lá chegar,
pode fazer mais um pedido.
- Queremos ir para a
sala de aula! Todos de uma só voz.
O pó de luz
Quando abrimos o
olho, já estávamos sentados dentro da sala. A estrela estava dentro da pérola
de cristal no anel de tia.
- E agora, tia? São
cinco horas em ponto. Temos que fazer logo esse pedido.
Disse Grude morrendo
de medo de não dar mais tempo e ser transformado em barata cascuda. Lá fora,
tudo escureceu com uma nuvem de baratas cascudas que vinha para invadir a nossa
sala, quando tia disse bem rápido:
- Desejo que o bruxo
Pif-Paf volte para o mundo das trevas e liberte todos que ele prendeu!
A nuvem de baratas rapidamente
sumiu. Algumas se transformaram em crianças que estava há algum tempo
desaparecidas. Nesse exato momento Abigail e Abel aparecem na porta da sala.
- Olá, pessoal! Tudo
bem com vocês? Acho que vocês não precisam mais de ajuda.
Disse Abigail olhando
por todos os lados a procura de gogó.
- Onde está Gogó?
Abel perguntou e
ficamos apreensivos, com medo que o bruxo tivesse matado o passarinho Gogó.
Quando ouvimos um silvo muito bonito.
- Gogó! Como você
está bonito.
Gogó quando batia as
asas, uma poeira de ouro invadia toda a sala. Abi, Gogó e Abel despediram-se de
nós. Abigail pediu o seu anel à tia. Já na saída, voltou e deu um sopro no anel
e uma poeira entrou nos olhos de cada um de nós colocando bem dentro da íris
uma luz que só apagará quando deixarmos de imaginar. E em pensamento Gogó nos
revelou:
-Ouçam a sua
professora! É ela que vai ensinar vocês a sonhar, desejar, imaginar e realizar.
Tia fechou o livro da
capa vermelha e preta e gritou:
- Trancoso! Acorde para
ir embora. Você perdeu toda a história da estrela de cinco pontas. A aula
terminou. Arrumamos os bancos e fomos embora. E fiquei na dúvida se essa
história aconteceu mesmo ou se eu dormi e sonhei com toda essa aventura!?
Quando eu estava descendo as escadas, que vi uma barata cascuda... Foi uma
carreira só.
Wilson Palá