Achei algo interessante
E também muito intrigante
Para se analisar
A mulher tem que passar
Por essa situação
Todos os meses, então,
Sua sina é sangrar.
Mas o nome popular
Chama-se menstruação.
Fluxo catamenial,
Regras, paquete e boi,
Menorreia, mênstruo foi
Um tabu universal
Um período especial,
Que todo mês acontece
Na prenhez, desaparece
Com bastante eficiência.
Começa na adolescência
Só finda quando envelhece.
Algumas superstições
Da crendice popular
Ajudavam a despertar
Na melhor das intenções
Várias informações
Da vida de muita gente:
Era achado imprudente
Um rio atravessar,
Pôr galinhas para deitar,
Tocar criança doente.
Líquidos em fermentação
Era melhor não pegar;
Nem em cavalo montar.
E no levedar do pão
Não pode passar a mão
Senão não fermentará.
Até maconha mudará
Com essa eu fiquei perplexo
Ela mudará de sexo
Se a mulher for coletar.
Não pode ir a batizados
E nem a sepultamentos;
Tocar certos alimentos,
Nem pode fazer cuidados
Em cama de recém-casados
Para não causar azar.
Frutos verdes, não pegar
E se tocar violão
Tem que ter muita atenção
Para a corda não quebrar.
Se numa cobra pisar
A cobra logo vai morrer;
Frutos pra amadurecer
Ela não pode guardar;
Se conservas preparar
Com certeza estragarão.
Também na preparação
Das famosas garrafadas
Se estiverem menstruadas
Efeitos não surtirão.
No suor da menstruada
Contém uma substância
Num estudo de importância
Ela foi detectada
Sendo tóxica e tratada
Como menotoxina.
O estudo ainda ensina
Que flores podem murchar
Se a mulher se aproximar.
Ai, meu deus, que triste sina.
Hoje a coisa é diferente
Ninguém se preocupa mais
O tempo é curto demais,
A mulherada exigente,
O trabalho é frequente
As crendices esqueceram,
Os costumes reescreveram
Os valores renovaram
Até que modificaram
O mundo que conheceram.
Wilson Palá
Nenhum comentário:
Postar um comentário